Blog dos alunos do curso de Empreendedorismo e Sucessão da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul matriculados na disciplina 25438W-04 - Liderança e Negociação no segundo semestre de 2007 - turma 670

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Os craques dos negócios

O headhunter americano explica como os esportistas podem ser usados como exemplo para o sucesso na vida empresarial

Citrin: “Seria muito esperar que Pelé também fosse genial em suas empresas

Um dos headhunters mais respeitados dos Estados Unidos, James M. Citrin entrevistou 50 esportistas de sucesso -- entre eles o ciclista Lance Armstrong. O resultado dessas conversas está no livro The Dynamic Path ("O caminho dinâmico"), em que Citrin analisa como as experiências dos campeões podem ajudar executivos e empresários.
Que tipo de lições um atleta pode ensinar a um empresário?
Que não existem atalhos para o sucesso. Os atletas bem-sucedidos trabalham e praticam mais do que os outros. Quanto mais horas eles se dedicam ao treinamento, melhor é seu desempenho. É isso que diferencia o ex-jogador de basquete americano Michael Jordan ou o ex-ciclista americano Lance Armstrong de um atleta comum.
Para ter sucesso em seu negócio, o empresário tem de trabalhar mais que seus concorrentes?
Trabalhar muito é importante. Mas é preciso também fazer isso com qualidade e eficiência. No esporte, nem mesmo craques como Michael Jordan podem se dar ao luxo de relaxar nos treinamentos. Com os executivos de sucesso, acontece a mesma coisa no dia-a-dia.
Qual característica de um esportista pode ser mais útil para um homem de negócios?
A força mental. Quando os neurologistas estudaram o cérebro de esportistas campeões e de executivos de sucesso, perceberam um fluxo de sangue maior para a parte do cérebro conhecida como córtex pré-frontal, que controla a capacidade de planejar. Isso ajuda a pessoa a pensar de forma mais clara e a tomar decisões certas em situações de risco e de pressão.
Se o senhor tivesse de escolher um atleta para ser exemplo para executivos, qual seria?
Pegaria um nome que não é muito conhecido no Brasil: Roger Staubach. Ídolo do time de futebol americano Dallas Cowboys, ele aprendeu a negociar imóveis nas horas vagas. Quando se aposentou, tinha dez anos de experiência no mercado imobiliário. Aliou isso à sua fama nos gramados e montou uma corretora de imóveis, a Staubach, que fatura 20 bilhões de dólares por ano.
O ciclista Lance Armstrong até hoje é suspeito de se dopar para vencer as provas. Ele é um bom exemplo para o mundo dos negócios?
Todo mundo que faz sucesso está sujeito a críticas. Lance dedicou-se a missões nobres, como montar a fundação Livestrong para ajudar a combater o câncer, doença que quase o matou. Por isso, o considero um bom exemplo para o mundo dos negócios.
No Brasil, são raros os casos de esportistas que viraram empresários de sucesso. Por que isso ocorre?
O tenista americano John McEnroe também queria ser uma estrela do rock. Apesar de ser um bom guitarrista, ele não era fantástico. Por analogia, Pelé foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Seria muito esperar que ele fosse genial nos negócios.
Por que ele fracassou?
Ele não deve ter se cercado dos melhores assessores.
O exemplo contrário de Pelé são os golfistas americanos Tiger Woods e Arnold Palmer, que se transformaram em bem-sucedidos homens de negócios. Para isso, tiveram o cuidado de se aliar a pessoas altamente capacitadas.

Fonte: Gustavo Poloni no Portal Exame em 29.11.2007