Blog dos alunos do curso de Empreendedorismo e Sucessão da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul matriculados na disciplina 25438W-04 - Liderança e Negociação no segundo semestre de 2007 - turma 670

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Líder:Ivan Zurita

Vocação de empreendedor vem de berço. No caso de Ivan Zurita, presidente da Nestlé do Brasil, ela se manifestou por volta dos 12 anos, quando ele começou a administrar a produção de leite da fazenda do pai, em Araras, interior de São Paulo. Não era coisa pouca. Neto e filho de empresários, o menino tinha sob seus cuidados a produção de 12 mil litros de leite por dia, que exigia 500 vacas. Era, para ele, uma tarefa natural. Zurita havia crescido ao pé do pai, vendo de perto como ele negociava a venda de caminhões ou a compra de terras. Teve, portanto, aulas precoces no mundo dos negócios. O pai, por sua vez, era filho de Inácio Zurita, um imigrante malaguenho que chegara ao Brasil como colono e terminou a vida como o maior empresário de Araras. O talento empresarial, que parece andar na família há três gerações, poderia ter levado o jovem Zurita direto das aulas de economia do Mackenzie para a recuperação dos negócios da família no interior, mas não. Ele prestou concurso, entrou como estagiário na multinacional suíça Nestlé, onde trabalhava o pai da sua namorada, e nunca mais saiu de lá. Faz 33 anos. “Há pessoas que mudam muito de emprego”, avalia Zurita. “Eu também mudei, mas dentro da mesma empresa.”
Desde que assumiu a presidência, em 2001, ele levou para a maior multinacional de alimentos do País um novo sentido de mudança e modernização. “A minha principal conquista foi rejuvenescer a companhia”, diz ele. “Hoje a marca tem mais presença e mais visibilidade no País.” Isso, claro, não veio de graça. Desde que assumiu o leme, Zurita mexeu fundo no quadro de funcionários da empresa. Trocou 16 dos seus 18 diretores. Na força de trabalho geral substituiu um quarto dos 16 mil empregados. O corpo de vendas da empresa, crucial para os planos de expansão, foi substituído em 75%. Mudou também a forma de remuneração, com ênfase na parte variável do salário, que depende de desempenho. Na gestão de Zurita também foi feita uma mudança radical na forma de administrar. A Nestlé brasileira é a única do mundo dividida em 17 unidades de negócios independentes, obrigadas a buscar seus próprios resultados. Mas o grande xodó de Zurita é o processo de expansão da marca na classe C, que reúne o grosso dos consumidores brasileiros. Para que isso se torne realidade, estão sendo preparados produtos novos, apresentações mais baratas e estão sendo testadas formas diferentes de comercialização. Carrinhos já oferecem café com leite e biscoitos em alguns dos bairros mais pobres de São Paulo. A venda de iogurtes de porta em porta, com embalagens mais baratas, já é um sucesso. Agora a Nestlé está preparando um sorvete líquido que congela em apenas 15 minutos, economizando energia. “Nossa tarefa é colocar ao alcance das pessoas um produto adequado”, diz o executivo.
Embora ocupe o centro da existência de Zurita há três décadas, com expedientes diários de 12 horas, a Nestlé não é a única empresa da sua vida. Há também a Agropecuária Zurita, ou AgroZ, que domina no Brasil a comercialização de embriões da raça simental. A empresa fatura R$ 14 milhões por ano e constitui o núcleo das atividades de Zurita no agronegócio, que são várias. Ele também vende cana, produz cachaça e planta laranja, tudo nas fazendas da região de Araras que comprou nos últimos anos, retomando o que havia sido perdido por duas gerações da família. Esse negócio ele pretende deixar para a filha única Daniela, de 26 anos, fruto do casamento de 30 anos com Beatrice, sua namorada de ginásio. “Essas atividades não me estressam em nada”, avisa. Na verdade, em Araras, cavalgando na fazenda de madrugada, ele descansa da tarefa de dirigir uma empresa multinacional em um mercado complexo, desgastante e instável como o Brasil. Aos 53 anos, Zurita comanda um negócio de R$ 11,5 bilhões. Sob a sua autoridade estão 26 fábricas e uma frota de 3600 caminhões. “Cada vez que a demanda cresce 3%, abre-se uma nova fábrica.”, diz o executivo. A filial brasileira é a segunda operação mundial da Nestlé em volume, a segunda em rentabilidade depois do México e disputa com o Reino Unido o posto de 4º faturamento mundial. Em 2004, quando chegou ao R$ 10,4 bilhões de faturamento, a companhia teve o seu melhor desempenho em 85 anos de Brasil. Este ano vai crescer 10% em reais e, graças ao câmbio, 22% em dólares e 20% em francos suíços.
A outra empresa do grupo – a Garoto, do Espírito Santo, comprada em 2002 – continua enredada no Cade e na Justiça, mas também exibe números saborosos. Tem 600 funcionários a mais do que tinha em 2002, seu faturamento saltou de R$ 540 milhões para R$ 1,1 bilhão e a rentabilidade evoluiu de R$ 1,5 milhão de prejuízo para um lucro operacional no ano passado de R$ 105,5 milhões. “A compra da Garoto foi uma decisão inteiramente minha que eu tomaria novamente”, diz Zurita. Quando lhe perguntam se esse negócio enrolado enfraqueceu a sua posição junto ao board da companhia, ele responde que não. E faz uma conta: se a Justiça obrigar a Nestlé a vender a Garoto, ela vale hoje muitas vezes mais do que valia em 2002. “Não é o que queremos, mas se vier a ocorrer os acionistas ganhariam muito dinheiro”, afirma. Depois de dirigir a Nestlé no México e na América Central, e trabalhar no Chile e na Argentina pela companhia, Zurita parece candidato natural a sentar-se numa cadeira de diretor internacional em Vevey, onde se localiza a sede mundial da empresa. “Prefiro não ser lembrado”, diz ele. “ Adoro estar no meu país. Aqui há uma coisa que falta fora: potencial de crescimento.”
Fonte: Revista Isto é Gente - 14/12/2005

Questão escolha simples:
Qual empresa que Ivan Zurita é presidente?
A) Nestlé
B) Naugebauer
c) Hershey's
d) Arcor
Questão dissertativa:
Ivan zurita começou cedo a vida de administrador,com 12 anos Ivan administrou o que?
Resposta esperada:
A produção de leite da fazenda do pai, em Araras, interior de São Paulo.