Com a incorporação da nova empresa, fruto de uma oferta de US$ 4,22 bilhões, 100% em dinheiro, a centenária fabricante brasileira fará mais de 10 milhões de toneladas de aço nos EUA. No Brasil, o volume produzido alcançou perto de 7 milhões de toneladas em 2006, podendo subir para perto de 8 milhões de toneladas neste ano. O negócio feito através da filial americana da Gerdau, a Gerdau Ameristeel Corporation, a um preço de 86 dólares por ação. A Chaparral acrescenta a capacidade de 2,9 milhões de toneladas ao portfólio da Gerdau no norte das Américas, incluindo a participação de três usinas canadenses. Além de volume, a siderúrgica agrega uma nova linha de produtos - os chamados aços estruturais, como barras e perfis pesados - e de maior valor agregado que os tradicionais vergalhões (contrução civil).
"Nosso portfólio fica completo, oferecendo uma variada cesta de produtos, e nos permite entrar no mercado de construção não residencial e em alguns segmentos industriais específicos, como o automotivo”, afirmou o executivo André Gerdau. A Gerdau passa a dominar 33% do mercado de aços estruturais, em segundo lugar, concorrendo com a líder Nucor e com a Steel Dynamics, em terceiro, e produtos importados. Esse tipo de aço vai representar 28% no mix de produtos da subsidiária americana, com base em dados de 2006. A aquisição não faz a Gerdau mudar de posição no ranking americano, mas reforça sua posição de quarto maior produtor de aço, disputando espaço com a ArcelorMittal, a US Steel e a Nucor num mercado que movimenta além de 100 milhões de toneladas por ano. Porém, no segmento de aços longos, a sua especialidade, o grupo mantém-se como vice-líder mas já no calcanhar da Nucor. "Nossa participação de mercado nessa área deverá passar de 17% para 20% no mercado norte-americano", disse André. Com a aquisição da siderúrgica texana, o grupo Gerdau reduziu expressivamente sua distância em relação à líder americana de aços longos, a Nucor, cuja capacidade instalada é de 11,4 milhões de toneladas, avalia Germano Mendes de Paula, professor-doutor da Universidade Federal de Uberlândia e especialista do setor. A capacidade da Gerdau sobe de 7,99 milhões de toneladas para 10,9 milhões após a incorporação das duas usinas da Chaparral. O negócio coloca o Grupo Gerdau entre os dez maiores produtores de aço do mundo, disputando espaço com a ArcelorMittal, a indiana Tata, as russas Evraz e Severstal, a Baosteel e outros grupos chineses e algumas companhias da Europa. O presidente da Gerdau observa que a operação é a maior já realizada pelo grupo. "Ela só confirma nossa visão de continuar sendo consolidador de ativos na siderurgia". A compra é a sexta efetivada pela Gerdau neste ano. Antes dela, comprou empresas no México, república Dominicana, Venezuela e Índia, além de um centro de serviços de aço na região de Las Vegas, EUA. Com a Chaparral, a receita combinada da subsidiária Gerdau Ameristeel, que foi a empresa compradora da concorrente, salta de US$ 4,6 bilhões para US$ 6,2 bilhões e vendas previstas de 10,1 milhões de toneladas de produtos acabados neste ano. Osvaldo Schirmer, vice-presidente executivo de finanças da Gerdau, ressaltou vantagens da aquisição, apesar do elevado valor pago, segundo avaliações do mercado financeiro. "As sinergias - de logística e operacional, ganhos de eficiência, governança (com uma única empresa aberta) - alcançarão US$ 55 milhões ao ano a partir de 2008 e poderão até dobrar. André Gerdau lembrou que o preço pago por tonelada, de US$ 1,5 mil por tonelada (três a quatro vezes o que pagou nas aquisições anteriores), representa o novo momento da siderurgia mundial, de encarecimento de ativos, e também a especificidade da Chaparral, fabricante de aços de maior valor agregado. As margens Lajida (resultado operacional) da companhia adquirida são superiores da Ameristeel - 25,9% contra 18,2% nos resultados do primeiro trimestre deste ano. A Chaparral, se concretizada a operação de compra até o fim do ano, chegará sem dívida nenhuma para sua compradora. Pelo contrário: em fevereiro exibia endividamento negativo de US$ 66 milhões (mais caixa que passivo), ante dívida líquida de US$ 219 milhões da Ameristeel no final de março. A operação, considerada ousada pelo seu valor bilionário e pago em dinheiro, aponta o Gerdau como um forte competidor na consolidação. Foram cinco ativos de produção de aço neste ano, num raio de ação vai da Argentina à Índia, passando pelo cobiçado mercado norte-americano. A bilionária aquisição da Chaparral Steel, com operações nos Estados do Texas e Virginia posiciona a companhia como a mais agressiva do Brasil no processo de internacionalização. Em valor aportado no exterior, só perde para a Vale do Rio Doce, que gastou US$ 18 bilhões pelo controle da canadense Inco no ano passado. Até o fechamento da operação de compra da Chaparral, ocorrida no início da noite de terça-feira, a Gerdau havia desembolsado, desde 1981, US$ 3,55 bilhões, sem incluir dívidas das empresas, em ativos na América do Norte, América Latina, Europa e Índia. A aquisição da siderúrgica americana elevou esse valor para em torno quase US$ 8 bilhões. No Brasil, no mesmo período, o montante investido alcançou US$ 5,5 bilhões, conforme dados informados pela companhia. A escala internacional começou vagarosa e tímida em 1980, com a incorporação da Laisa, pequena laminadora uruguaia. Entretanto, o pé no acelerador desse movimento, tendo à frente Jorge Gerdau, desde janeiro só na presidência do conselho, se deu a partir de 1999. Naquele ano, a Gerdau fez sua primeira compra de ativos nos EUA - a Ameristeel. A partir de 2004, com o acirramento do processo de consolidação da siderurgia no mundo, o grupo passou a focar alvos em outros países da América Latina. Desde então, entrou na Colômbia, Peru, México, República Dominicana e Venezuela. A estratégia, explica André Gerdau, é operar para atender a demanda dos mercados internos desses países, aproveitando o aumento do consumo por conta do crescimento econômico na região. "Nesses países, e nos EUA, temos maior domínio do mercado, da cultura, da língua e pessoal capacitado. Nos EUA estamos a nove anos e no Canadá desde 1989. É o contrário da Índia, onde estamos chegando, num primeiro momento com parceiros locais”. O apetite do grupo, diz André, mantém-se firme. Não vai desacelerar com o peso da bilionária aquisição da Chaparral, financiada pelo banco JP Morgan até novas operações financeiras para tornar o endividamento menos pesado. Esta é a sexta aquisição do grupo neste ano. Pelo apetite, não deve parar por aí.
Questão de escolha simples:
1) Qual a oferta feita pela Gerdau para compra da Chaparral Steel?
a) U$$ 4,1 bi
b) U$$ 4, 2 bi
c) U$$ 4, 3 bi
d) U$$ 4, 4 bi
e) U$$ 4, 5 bi
Questão dissertativa:
2) Qual o valor de cada ação no negócio feito através da filial americana da Gerdau?
Resposta esperada: U$$86 dólares por ação.
Fonte:
http://www.global21.com.br/materias/materia.asp?cod=16080&tipo=noticia&print=true
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u310950.shtml
CORREIO DO POVO – Sábado, 15 de setembro de 2007 – pág.11
http://www.an.com.br/2007/jul/12/0eco.jsp
Questão de escolha simples:
1) Qual a oferta feita pela Gerdau para compra da Chaparral Steel?
a) U$$ 4,1 bi
b) U$$ 4, 2 bi
c) U$$ 4, 3 bi
d) U$$ 4, 4 bi
e) U$$ 4, 5 bi
Questão dissertativa:
2) Qual o valor de cada ação no negócio feito através da filial americana da Gerdau?
Resposta esperada: U$$86 dólares por ação.
Fonte:
http://www.global21.com.br/materias/materia.asp?cod=16080&tipo=noticia&print=true
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u310950.shtml
CORREIO DO POVO – Sábado, 15 de setembro de 2007 – pág.11
http://www.an.com.br/2007/jul/12/0eco.jsp