Blog dos alunos do curso de Empreendedorismo e Sucessão da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul matriculados na disciplina 25438W-04 - Liderança e Negociação no segundo semestre de 2007 - turma 670

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Líder: Victor Civita

Victor Civita era um italiano de sangue , que nasceu nos Estados Unidos, em 1907, quase por acaso. Seu pai, Carlo Civita, havia seguido até a América a mulher de sua vida, Vittoria, filha de um barítono que excursionava pelo país, e com quem queria se casar. Ele ainda era bebê quando a família retornou à Itália, e ali viveu durante 30 anos. Por causa da Segunda Guerra, teve que retornar aos EUA, onde se estabeleceu como empresário da indústria gráfica e permaneceu por 10 anos.

Mas acabou, finalmente, escolhendo o Brasil como pátria do coração, o lugar para plantar os seus sonhos . Sonhos que iriam tomar forma de árvore – a arvorezinha verde da Abril – e depois florescer, até multiplicar-se numa floresta. Sementes de um sólido e pioneiro grupo de comunicação, que hoje atua em múltiplas plataformas, e se tornou parte da vida dos brasileiros. Milhões de pessoas que aprenderam a ler – e a gostar de ler – com as revistas da Editora Abril. Gente que encontra, em suas centenas de publicações e produtos, informação, cultura e entretenimento. Além de uma contribuição importante para a educação, a qualidade de vida e o fortalecimento da democracia no Brasil.

Mas tudo ia começar com um Pato, o Donald. E o olhar visionário de alguém que soube enxergar – e investir – no futuro. Na primeira vez em que pisou no Brasil, em setembro de 1949, Victor Civita já tinha 42 anos. Quase não conhecia ninguém e sequer falava português. Ele passava férias, na Itália, quando um irmão, César, lhe falou sobre um país distante, gigantesco, que parecia um celeiro de oportunidades. César era licenciado da Walt Disney para a América Latina e estava estabelecido na Argentina havia uma década.

Um líder Mas Seu Victor não se afastou jamais das suas revistas. Mesmo distante da direção, continuou a ir diariamente para a sede da Abril e a dar palpites em tudo. Mantinha o hábito da vida frugal, da pontualidade e permanecia um detalhista, atento a cada pequeno aspecto editorial ou gráfico. Foi o responsável por implantar um novo padrão de excelência no mercado brasileiro, e por formar várias gerações de jornalistas, aos quais costumava enviar bilhetes comentando a qualidade do trabalho. Se Victor era um líder nato, que sabia atrair e manter ao seu redor os melhores talentos de cada área. “ Todas as pessoas, centenas, que ficavam em volta dele ao longo dos anos, não estavam defendendo o emprego, ele conseguia transmitir um senso de missão”, comenta Pedro Paulo Poppovic, que trabalhou com ele muitos anos. Roger Karman, outro que acompanhou sua trajetória é testemunha da sua capacidade de inspirar e motivar: “Todas as vezes em que eu entrava na sala dele, eu podia estar chateado, deprimido, ansioso... eu saia entusiasmado , galvanizado, parecendo que eu tinha levado um choque elétrico e disposto a mudar o mundo”. No final da vida, este empreendedor e visionário incansável pôde se dedicar mais a um antigo sonho: contribuir para melhorar a educação no Brasil. Na década de 60, ele já havia se empenhado nesta missão, produzindo cartilhas para alfabetização de adultos e investindo em livros didáticos. Como o escritor Monteiro Lobato, Victor Civita acreditava que um país se faz com educação e leitores. Mas os governos militares, que eram os principais compradores de materiais didáticos, puniram a Abril por sua independência editorial, e o negócio não pode ir adiante. A vocação para educação foi retomada em 1985, com a criação da Fundação Victor Civita, e no ano seguinte, com o lançamento da revista Nova Escola, voltada para o aprimoramento dos professores. A Fundação tornou-se herdeira de seus sonhos e seu patrimônio pessoal , que incluía uma preciosa coleção de obras de arte. Anos mais tarde, o filho Roberto retomaria o projeto do pai, comprando 2 das principais editoras de livros didáticos do país: Ática e a Sipione. “ Ele me dizia: “Nós não podemos continuar pescando leitores neste laguinho, se não ajudarmos a colocarmos peixinhos do outro lado”, relembra Roberto. “ Os livros didáticos eram muito anacrônicos, caros e chatos, aí ele disse: vamos fazer livros modernos, bonitos e baratos”. Este incansável coração parou de bater em 1990, aos 83 anos. A esposa e companheira de Seu Victor a vida inteira, Sylvana, encontrava-se internada, em coma, e morreria uma semana depois. Seu legado, porém, continua mais vivo do que nunca. No Grupo Abril, que continua crescendo e levando adiante a missão do fundador de disseminar cultura, informação e entretenimento. Na vida dos milhões de pessoas, cujas vidas ele tocou com suas publicações. E no exemplo deixado para as futuras gerações por este italiano cheio de energia que amava o Brasil, a pátria do seu coração.

Fonte: www.abril.com.br

Questão escolha simples:
Victor Civita foi criados da editora:
A) Abril
B) Saraiva
C) Cultura
D) Afiliada
E) FTD

Questão dissertativa:
Qual a principal virtude de Civita como líder?
Resposta esperada:
Tinha
a capacidade de inspirar e motivar todos ao seu redor